Exposição - NISE DA SILVEIRA - A Revolução pelo Afeto no CCBB

 

Em cartaz até 15/11 

Nise da Silveira -  A  Mulher maior que seu tempo, maior que seu gesto

A exposição homenageia a Dra.Nise da Silveira - uma das maiores cientistas do Brasil - que reposicionou o entendimento da loucura na história da humanidade.  Inovou o tratamento de pessoas com sofrimentos psíquicos por meio de ferramentas artísticas.  Para mostra foram reunidas cerca de 90 obras do Museu de Imagens do Inconsciente,  exibidas ao lado de peças de Lygia Clark e Zé Carlos Garcia, fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e Rafael Bqueer, vídeos de Leon Hirzsman e aquarelas e fotos de Carlos Vergara.

A médica psiquiátrica, Nise da Silveira, nasceu em Maceió em 1905, filha única, o pai professor de matemática e jornalista, a mãe - pianista.  Do liceu alagoano, Nise foi para Faculdade da Bahia, em Salvador, para cursar medicina aos 15 anos. Casou-se com seu primo Mario Magalhães, que viria a ser um dos grandes médicos sanitaristas do Brasil.  

Desde muito jovem, e vivendo numa época conservadora, Nise já trazia em si as sementes  de sua postura revolucionária.  Aos 21 anos, quando concluiu seus estudos e junto com Mario, seu marido, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro de Santa Teresa,  Local onde o casal conviveu com os poetas Manuel Bandeira e Ribeiro Couto; o alagoano Octavio Brandão, dirigente do Partido Comunista, entre outros intelectuais.


Formação: Doutora NISE
"Acho necessário chamá-la de doutora - este título por muito tempo negado às mulheres ou usado com deboche.  Foi a primeira mulher a se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1926.  A única mulher em uma classe com 157 homens - nem banheiro feminino tinha!  Nise, dedicação por completo a um trabalho de toda a vida".  Amanda Rigamonti


Em 1932, Nise mudou-se para o Hospício da Praia Vermelha, refúgio de médicos pobres daquela época. Durante seus estudos para o concurso de médica psiquiatra, foi lá que iniciou a convivência com os pacientes, que duraria por toda a sua vida.  

Em 1936, início da ditadura Vargas, foi denunciada por uma enfermeira à diretoria do hospital, por perceber em sua mesa em meio a livros de psiquiatria, literatura e arte, livros sobre marxismo, que ela também estudava. Por isso foi presa e conduzida ao pavilhão dos primários da penitenciária da rua Frei Caneca, onde permaneceu por um ano e meio.  Perdeu o emprego e  ficou afastada do serviço público, durane oito anos, sob a alegação de pertencer a um círculo de idéias incompatíveis com a "democracia".

Navegue virtualmente pela exposição acessando o link abaixo.

http://www.nisenoccbb.com.br/


"Eu não sou uma senhora filantrópica, de jeito nenhum, eu sou uma pessoa curiosa do abismo, embora tenha consciência de que o abismo é tão profundo que eu apenas passo nas bordas.  Então eu pensei em utilizar as atividades como meio de expressão da problemática interna dos doentes" Nise da Silveira

"No fundo, não descobrimos na pessoa com transtorno mental nada de novo ou desconhecido: encontramos nele a base da nossa própria natureza"  Carl Jung




Adelina Gomes

Adelina era uma moça pobre, filha de camponeses. (…) Era tímida e sem vaidade, obediente aos pais, especialmente apegada e submissa à mãe. Nunca havia namorado até os 18 anos. Nessa idade, apaixonou-se por um homem que não foi aceito por sua mãe. (…) Obedece, afasta-se do homem amado. A condição de mulher oprimida é patente. A autoridade inapelável das decisões familiares impede a normal satisfação dos instintos e a realização de seus projetos de vida afetiva. A situação parecia resolvida sem maiores consequências. Entretanto Adelina foi se tornando cada vez mais retraída, sombria e irritada. Um dia, subitamente, estrangulou a gata da casa, que todos estimavam, inclusive ela própria. Tomada de violenta excitação psico-motora, foi internada em 17 de março de 1937.
— NISE DA SILVEIRA


CCBB Rio de Janeiro

Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - Das 9h às 19h

Grátis Mediante agendamento pelo App Eventim ou site www.eventim.com.br

IMPERDÍVEL!